“Nas favelas, no senado. Sujeira para todo lado”. Renato Russo definiu muito bem o cenário brasileiro em sua música “Que país é este”. Corrupção e violência são as primeiras palavras que vêm à tona quando se fala em Brasil. E não se trata de uma injustiça, o número de escândalos envolvendo políticos e os índices de vítimas da violência nas cidades aumentam progressivamente. Dessa forma, o país deixa de ser o Brasil da biodiversidade, das maravilhas e riquezas naturais, do futebol-arte, do pluralismo cultural, da alegria, do carnaval, e resume-se no país da vergonha e impunidade.
Essa visão para quem não vive e não sofre as conseqüências de tamanha falta de perspectiva pode ser considerada cética, mas para os brasileiros já é um clichê e suas vidas são construídas em função dessa violência, corrupção e impunidade. O hábito permite enxergar momentaneamente tudo de bom que este país proporciona, até que apareça um novo escândalo para lembrar que algo deve mudar. Existem brasileiros que se dizem acostumados, outros são beneficiados, muitos se sentem injustiçados, mas em um país onde até a maior paixão, o futebol, foi corrompida, quem consegue sentir orgulho?
Julia Faria